Escrevo aqui algumas passagens,
fases e experiências na minha vida, no intervalo de 11
anos até hoje, ligado aos meios de comunicação.
Não foram muitas e muito menos efetivamente engajados
na sua ideologia, mas foram suporte para que eu tivesse consciência
de que era o que eu queira como profissão. Creio, abrindo
espaço para análise, ser a imagem, a ligação
entre todas as passagens, seja escrita, oral, simbólica
ou artística aqui narrados.
Com 11 anos, o meu interesse
pleno era pela música, principalmente o Rock.Gostava de
muitas músicas e conjuntos e colecionava informações
relacionadas à estas.
A descoberta dos clipes
de música, shows e documentários gravados vieram
complementar este gosto. Juntando-se a descoberta da fita e do
vídeo cassete, nesta época (1989) ainda como artigo
novo e de luxo, e principalmente da MTV, passei a dedicar e a
todo meu tempo, na sua maioria livre, a apreciação
da programação deste canal, absorvendo sua comunicação
(esta se entranhando em minha mente) e gravando fitas de vídeo,
fazendo sua organização, combinando vídeo,
separando por assuntos e com isso assumindo a condição
de "bebê" frente ao meio televisivo e musical.
Com a televisão
fazendo parte já, da minha lista de diversões,
passei a notar também o interesse dos meus pais também
por este "brinquedo". O meu pai tinha no Jornal Nacional, Fantástico
e Globo Reporte (naquele tempo, creio que os melhores programas
televisivos) os companheiros de tela. Talves o meu interesse
inicial teve como alvo o próprio interesse de meu pai,
que guardava este momento impondo silêncio e atenção.
Passei então a entender estes programas e procurá-los
cada vez mais. Hoje meus Programas de televisão favoritos
são jornais, documentários e entrevistas, herança
concreta deste fascínio de criança.
Como disse, meu pai foi
fundamental na minha iniciação jornalística,
fazendo com que me interessasse por noticiários. Depois
da televisão, já com 15 anos e estudando final
do primeiro grau, estando já consciente da existência
do jornalismo, passei a me interessar pela leitura, principal
passatempo de minha mãe, a qual tem uma biblioteca completa.
No início minha leitura era de romances, mas como minha
família possuía assinatura da revista Veja, meu
gosto logo literário logo passou a ser esta revista. Lia
todas as seções e sentia a importância do
ato de ler e de se informar dos fatos do cotidiano, da economia
e da política. Tinha 15 anos e estudava o segundo grau.
Profissionalmente, trabalhava no supermercado da família,
em contato com o povo, com os bancos, vendedores e materiais
midiáticos destes. A união do estudo, trabalho
e leitura foram cada vez mais me transformando em uma pessoa
interessada por assuntos de debate, ao contrário de muitos
de meus amigos.
Na adolescência,
com o conhecido espírito de festa que nos consome, fazia
e freqüentava muitas festas até que o centro de acontecimento
destas se mudou para minha casa. Não sei se por minha
turma, que era extremamente animada ou pelas instalações
de minha casa que favoreciam muito, mas cada vez produzíamos,
eu e meus amigos, festas maiores.
Depois de algumas dezenas
com sucesso, passei a promover sozinho, sempre em casa, até que
um colega me chamou para produzirmos em um clube para 500 pessoas.
Resolvi aceitar (pois conhecia muita gente e seria mais fácil)
e começamos a chamar conhecidos, telefonando e convidando
pessoalmente. Realizamos a festa sem nenhuma propaganda, a não
ser a interpessoal, e foi um sucesso: foram 550 pessoas. Depois
desta, resolvi trabalhar com eventos. Estava no ano de formatura
do segundo grau e queria ganhar dinheiro. Realizei alguns eventos
até que resolvi promover um evento sozinho em um clube
da cidade. Não sabia como seria, mas queria fazer alguma
coisa diferente que ninguém tivesse feito. Resolvi fazer
um desfile de moda junto com uma festa. O evento seria assim:
Não seria de apenas uma marca de roupa, mas de todas as
principais lojas da cidade (até então inédito
na cidade); teria um telão, passarela profissional, luzes
de boate, bebida À vontade e um DJ fazendo todo o som.
Planejei tudo e comecei a correr atrás. Acordava todo
dia às 6hs e trabalhava até às 18hs. E não
cansava, pois cada dia era melhor que o outro. Com a ajuda de
alguns amigos, as idéias fluíam: Resolvi distribuir
copos personalizados com o nome do desfile e com uma língua
dos Rolling Stones. Coloquei clipes de música, produzidos
por amigos meus, para passarem no telão e até gravei
um com todos os manequins no topo de um prédio em construção.
Foi assim que entrei em contato direto com os meios de comunicação
profissionais. E foi quando brinquei com estes também:
O valor que teria pagar para o telão, resolvi repartir
por 10 e distribuir por 10 patrocinadores. Junto a produtora
de vídeo consegui, por estar alugando o telão,
que também filmasse as propagandas que seriam o produto
de retorno para estes 10 patrocinadores. Para a propaganda de
rua consegui os patrocinadores que pagaram toda ela em troca
de notas que foram gravadas em uma rádio que também
patrocinava. Até mesmo um colunista patrocinou a propaganda
de rua, pagando com anúncios semanais na sua coluna. E
assim, junto com outros meios de comunicação que
trabalhei, estive inconscientemente envolto por eles e suas possibilidades.
Foram com certeza o principal
suporte para que tivesse sucesso e percebi o poder que ele possui,
passando a me interessar agora sim por esta profissão.
Logo após a conclusão deste me mudei para Juíz
de Fora e perdi o contato com a ! produção de eventos,
mas me valeu de muita importância por conhecer a mídia
de perto e seus efeitos.
Aos 19 anos e morando
agora em Manaus, estava agora trabalhando com computação
gráfica. Comecei a desenvolver trabalhos escolares e posteriormente
folders, cartazes, apresentações multimídia,
logomarcas animadas e estáticas, panfletos e tudo que
viesse. Também inconsciente, desenvolvia estes trabalhos
e cada vez me especializava mais. Fiz uma lógica de preço
e até mesmo classificar os diversos tipos de comunicação
escrita por especificidade criva padrões para esses documentos
e diferenciava-os conforme as suas funções sociais.
Já tinha 19 anos e era este trabalho para mim uma profissão.
Durante 1 ano desenvolvi bastante nesta arte e foi quando tive
contato com a internet. No princípio atrás de diversão,
depois de pesquisa, ela começou a me fascinar e apesar
de não possuir um acesso tão grande. Eu acho que
só a prática pode nos levar ao conhecimento completo
de nossa profissão e esta experiência somada à todos
me desenvolveu ainda mais como apreciador da arte e da imagem.
Hoje, com 21 anos, em
Salvador, estou em contato com algumas formas de mídia,
incluindo a Internet, que agrega muitas outras formas de comunicação.
Até o momento pretendo me dedicar à alguma especialização
do ramo na imagem ligada à geografia. Coisas como viagens,
documentários e turismo, que possam interagir com o jjornalismo.
Back to International Life Histories